(*) Indio Brasileiro
Nos primeiros anos da explosão da Internet o comércio eletrônico parecia ser um negócio apenas para os grandes varejistas. Até pouco tempo, a maioria esmagadora das vendas on-line estava concentrada nas mãos das redes tradicionais, que levaram a força das suas marcas e o poder de negociação com os fabricantes para o mundo virtual. Mas pouco a pouco os pequenos e médios empreendedores começam a descobrir que a Web não é um terreno reservado apenas aos dinossauros do varejo.
Estruturar uma operação no comércio on-line não é tarefa simples. Mas também não é um bicho de sete cabeças, como pode parecer. O que não quer dizer, muita calma, que seja diferente ou mesmo mais fácil. O grande erro de quem decide se tornar um empreendedor no e-commerce está justamente em considerar que basta montar um site com um belo design, colocar as fotos e preços dos produtos, oferecer diversos meios de pagamento e pronto.
Nada disso. Se na loja de rua ou do shopping é preciso atrair o cliente com uma bela vitrine, promoções sedutoras e um atendimento de qualidade, na Internet a receita é a mesma, mas com um detalhe: o consumidor está perdido em uma enorme selva digital e sua decisão de compra pode mudar com apenas um clique.
A grande janela de oportunidades aberta aos pequenos e médios empreendedores pode e deve ser muito bem aproveitada, principalmente levando em conta que aquele vendedor porta a porta tem agora a chance de levar seus produtos e serviços para um universo muito maior de consumidores. O alcance deixa de estar restrito, então, ao cliente dos bairros mais próximos e passa a atingir qualquer um que tenha acesso a um PC ou mesmo um computador de mão ou um celular com acesso a Web.
Com isso, quem até então tinha que ficar em horário comercial encostado no balcão passa a ter a possibilidade de montar um negócio que funciona 24 horas e, se estiver preparado, vender até mesmo para os cinco continentes. Mas como concorrer com as tradicionais marcas do varejo se sou um pequeno ou médio comerciante? Como vou conseguir as mesmas margens na negociação com os atacadistas se meu volume de compras é infinitamente menor? E como vou organizar meu estoque e minha logística se não tenho recursos para montar um centro de distribuição?
A resposta está nas cooperativas e no marketing de rede. A união dos pequenos e médios tem sido a saída para muitos novos empreendedores no e-commerce brasileiro. Com o compartilhamento de estruturas operacionais em ações de marketing, em logística e nas compras com os fabricantes, muitos lojistas têm alcançado sucesso em suas investidas no comércio digital.
Na medida em que o consumidor passeia em corredores feitos de bits e bites e não mais batendo pernas em centros comerciais o jogo ficou mais equilibrado, desde que se possa contar com as mesmas condições de negociar e montar operações eficazes. Vale lembrar também que nem sempre o consumidor navega para fechar a compra, mas para conhecer, pesquisar e decidir o que e onde comprar antes de sair de casa, o que faz da Web o ponto de partida para aumentar suas vendas, seja você um grande ou pequeno lojista.
Segundo a e-bit, a previsão para este ano é que o faturamento do comércio eletrônico brasileiro chegue a R$ 6,4 bilhões. Já no primeiro trimestre o volume de pedidos foi 46% maior que o mesmo período do ano passado. E você, pequeno e médio lojista, não vai correr atrás da sua fatia?