Design, programação e informação: os pilares da internet

Indio Brasileiro Guerra Neto

Indio Brasileiro Guerra Neto foi um dos fundadores da Abranet

Presente no quadro de fundadores da Abranet, Indio Brasileiro Guerra Neto fazia parte do projeto de colocar a Folha de São Paulo na internet. Na entrevista em vídeo para os 25 anos da associação, ele contou que foi um enorme aprendizado, não apenas criar o modelo para web, mas também fazer com que as pessoas acessassem o conteúdo. O projeto ganhou o nome de Universo Online (UOL) e o desafio seguinte, segundo Guerra Neto, foi difundir o browser. Uma tarefa nada fácil: “Eram 37 disquetes para você ter o browser do UOL na época.”

O maior desafio era a dificuldade de conexão, ainda em linha discada. “Nós tínhamos muito pouco link, quer dizer, você hoje clica em uma página e ela fica na sua frente na hora; não era assim. Demorava alguns minutos”, contou. Outro desafio era monetizar tudo aquilo que estava indo para o online. “Quando nós fizemos parte da criação da Associação de Provedores de Acesso [Associação Brasileira de Provedores de Acesso, Serviços e Informações da Rede Internet, primeiro nome da Abranet], era uma  coisa básica, era só para ter regras. Em um segundo momento eu fiz parte da criação da AMI, IAB hoje, da Associação de Mídia Interativa, porque tinha de ter regras e padrões [de publicidade]”, recordou-se.  

Para Guerra Neto, no fim dos anos 1990, não dava para imaginar a proporcionalidade que a internet teria. “Quando você imaginou que as pessoas teriam mais celulares do que computadores em casa? Quando você imaginou que a internet migraria para um celular? Quem falar que imaginava, é mentira”, disse. “No começo a gente só queria uma coisa: que funcionasse. Vocês não sabem o que é ser um provedor de acesso, eu nunca vou esquecer, você ia para Santo Amaro, na Telesp, você tinha que mandar o help desk lá para habilitar os modems”, assinalou. 

A grande virada, segundo ele, foi sair de “uma telinha preta com letrinha verde” para o HTML. “Foram três pilares: design, programação e informação”, ressaltou.